Linhame

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Lavanderia



Tomou o cálice em suas mãos _________________

partiu o pão
e disse
 corra de olhos vendados por entre a mata atlântica  até que saibas que jamais toparás com a testa em um tronco tão duro que não te sejas possível ser com o vento e passar com ele pelo dorso animal que te devora
e lhe empurra ao ver-como-quem-mata o que trazes de páscoa

e sem tirar a venda lembra-te de um leopardo para que corras mais

 estejas descalço e tocado por dentro de formigas para que te conheças como um irmão de ilhas habitadas por novos troncos não tão duros que não te sejas possível ser com as águas até que troques de lugar com elas e te visites como um cardume de mensagens inarticuladas feito as que brotam da bacia de alumínio quando termina a guerra de ser algo entre o virgem da rama e o que trago no cálice
 e diga e diga e diga
até que disperses meu nome por entre todas as palavras que escolheres dar aos que te encontram
e dê a eles de tal forma que o cálice esvazie
para que também eu  seja outro
para que possam surgir outras mesas como Essa em qualquer parte entre o sol e hora mais quieta

















































"Digo, apesar de tudo, a sós comigo: sei porque escrevo; (...)
Amanheceu. O mundo é verdade. Sim, sim, é palpável.
[eugène ionesco, a busca intermitente]
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também:
aprendizagem é a palavra que, ela sim, ramifica e desramifica uma pessoa; ela enlaça, abraça; mastiga um alguém cuspindo-o a si mesmo, tudo para novas géneses pessoais.
estas palavras são para pessoas que se autorizam constantes aprendicismos. modos. maneiras. viveres. até sangues.
aprendizar não é repessoar-se?"  
 

 aqui: Ondjaki - http://www.kazukuta.com/ondjaki/ha_prendisajens.html